Desde pequena, Sabrina Dutra Braga escreve para dar forma ao turbilhão de emoções que carrega dentro de si. Com uma sensibilidade que mistura o psicológico ao fantástico, ela encontrou na escrita o seu verdadeiro refúgio. E, agora, dentro da franquia Mistérios Lendários, com autores contratados a partir da iniciativa Lendari® Originals, transforma esse refúgio em mundos que respiram curiosidade, magia e mistério. Acompanhe a entrevista a seguir.

Início e trajetória
Como começou sua relação com a escrita?
Não tenho certeza. Acho que eu sempre gostei de escrever. Assim que aprendi, comecei a criar historinhas em cadernos escolares, com garranchos em letra de forma.
Você lembra qual foi o primeiro texto ou história que escreveu?
Não deve ter sido o primeiro texto que criei, mas é o mais antigo de que consigo recordar: eu tinha uns oito anos de idade e esbocei a história de uma menina rica na época do Brasil colonial, que era muito solitária. Seu pai comprou para ela uma escrava, com o intuito de transformá-la em uma amiga. A personagem principal era contra a escravidão, e não hesitou em libertar a menina. Elas saíram juntas na missão de resgatar o pai da garota, que ainda estava nas mãos de um comerciante maldoso.
O que te inspira a continuar escrevendo hoje?
Os livros, não importa se foram criados por mim ou por outra pessoa, tem o poder de pôr em palavras sensações que não sou capaz de entender à primeira vista. É como se eu encontrasse, na leitura e na escrita, um lugar a que pertencer, que comporta todo o meu turbilhão de pensamentos em milhares de personagens e aventuras diferentes.
Que autores ou obras foram determinantes na sua formação literária?
Seria impossível falar sobre a minha formação literária sem mencionar Harry Potter, que foi a saga que me apresentou ao mundo da escrita (a partir dela, comecei a criar fanfiction). Quanto aos autores que me marcaram, eu diria que a Victoria Aveyard exerceu bastante influência sobre mim, devido ao seu estilo de escrita, de que gosto muito. Rick Riordan também tem um lugar especial no meu coração, por ter dado a vida a Percy Jackson (o melhor personagem do mundo). Livros que me marcaram foram Os Filhos da Tempestade, do Rodrigo de Oliveira, A Vida Invisível de Addie LaRue, da V. E. Schwab, Em Algum Lugar nas Estrelas, da Clare Vanderpool, e alguns clássicos como Drácula, O Retrato de Dorian Gray e (o meu favorito!) Memórias do Subsolo.
Como você definiria o seu estilo em poucas palavras?
Emocionante, psicológico, criativo.
A experiência com a Lendari®
Você esperava integrar o Lendari® Originals?
Eu não tinha muita esperança de que conseguiria, mas entrar no Lendari® Originals era um desejo forte meu.
O que mais te atraiu na proposta da Lendari®, de escrever dentro de universos já existentes?
Como uma autora nova, eu não entendo bem como o mercado funciona, e gostava da ideia de manter contato com a editora, de nós criarmos um laço maior do que o envio de histórias e a aceitação (ou não) delas. Além disso, é solitário não ter amigos da área; entrando no time do Lendari® Originals, eu teria a oportunidade de conhecer novos autores e aprender com eles.
O que significa, pra você, fazer parte de uma iniciativa que aposta em autores como expansores de franquias literárias?
Significa a chance de viver uma experiência que sempre quis ter: companhia na escrita, apoio do início ao fim, por uma editora que se importa com os seus autores e com as histórias que lançam.
Quais desafios e liberdades existem em escrever histórias dentro de uma franquia compartilhada?
É um desafio ter um limite de páginas, sem dúvida. Também é complicado ter que parar de escrever para editar o capítulo anterior — eu sempre fico com medo de não ter editado direito e ter enviado algo errado. Ainda assim, acho legal que posso criar personagens próprios e fazer com eles o que bem entender, ainda dentro da mesma história.
A franquia e o processo criativo
Como você descreveria a franquia Lendari® Mistérios Lendários para quem nunca ouviu falar dele?
Como diversas histórias sobre mistérios reais, com personagens ricos e muita aventura.
Qual é o principal tema ou emoção que essa franquia desperta em você como autora?
Curiosidade.
Existe algum personagem ou elemento do universo que você já considera “seu”?
Todos os personagens das noveletas que faço agora eu já considero como meus, mas uma em específico tem um lugar especial no meu coração: a Hille, de A Floresta que Chama pelo Nome.
Que tipo de pesquisa ou imersão você faz para escrever dentro dessa mitologia?
Para O Silêncio do Farol de Flannan, eu li alguns contos da mitologia grega em um livro velho que encontrei em casa, assisti dois documentários (um deles, tive que reassistir), e revirei o Google para entender a região em que estavam os personagens e encontrar tudo o que se tem de registro sobre a vida das pessoas reais em quem eles são baseados. Para A Floresta que Chama pelo Nome, li alguns capítulos de um livro sobre bruxas que comprei anos atrás, assisti três documentários e vi alguns vídeos sobre a cidade em que a narrativa se passa.
Se essa franquia virasse filme, série ou jogo, quem você gostaria que a dirigisse ou interpretasse seu personagem favorito?
Eu imagino a Effie, uma das personagens de O Silêncio do Farol de Flannan, como a Ana de Armas, então, se for para sonhar, gostaria que ela a interpretasse caso fizessem um filme.
Bastidores e futuro
Você tem algum ritual de escrita (hora do dia, trilha sonora, bebida preferida)?
Eu sempre escrevo escutando música, de madrugada, com o gato do meu lado e uma garrafa d’água.
Qual foi o maior aprendizado até agora em sua carreira?
Só porque uma história foi recusada, não quer dizer que ela seja ruim. É importante ter paciência.
Pode dar uma pista do que vem por aí na sua história?
Uma mistura de violência, loucura e magia!
Que tipo de leitor você imagina lendo (e vivendo) o mundo que está ajudando a construir?
Pessoas solitárias, emotivas e introvertidas, que sonham em fazer as malas e desaparecer em um lugar chuvoso e cheio de árvores, em que uma casinha, como a dos sete anões da Branca de Neve, está esperando, com cheiro de torta, lareira acesa e cobertores.
Como você sonha ver essa franquia daqui a cinco ou dez anos?
Com orgulho e nostalgia.
Ping-pong rápido (respostas curtas)
Uma palavra que define a Lendari®?
Criatividade.
Um personagem da ficção com quem você se identifica?
Monica Geller.
Uma trilha sonora ideal para o universo que você escreve?
Even if no one sees, do Amr Shalaby, para O Silêncio do Farol de Flannan, e Salem’s Secret, do Peter Gundry, para A Floresta que Chama pelo Nome.
Um gênero literário que ainda quer explorar?
Policial.
Uma frase que te move como escritora?
E um dia, a garota com os livros se tornou a mulher que os escrevia.
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