Lendari® Entertainment, uma breve história – Parte 2/3

Tempos sombrios (2019–2022)

O ano de 2019 parecia um novo ponto de virada. A editora retornou à Bienal do Rio de Janeiro, agora como parte da Coesão Independente — um coletivo de selos que se uniam para crescer juntos.

Inspirada pelo ciclo de expansão, a Lendari® Entertainment ousou mais: decidiu abrir uma sede em São Paulo e, com ela, sua própria livraria. Em novembro daquele ano, no bairro da Vila Mariana, a inauguração foi uma celebração. Lotação máxima, entusiasmo de leitores e autores, energia de projeto grande.

Mas poucos meses depois, em março de 2020, veio o golpe inesperado: a pandemia. O lockdown obrigou a fechar as portas de uma livraria recém-nascida, e com isso vieram prejuízos de cerca de trinta mil reais.

O impacto não foi apenas financeiro. Em abril, Mário perdeu o pai na primeira onda da Covid-19, e nos meses seguintes outros três familiares. O luto pessoal se misturava ao luto de um projeto que parecia ter sido interrompido no seu auge.

Para agravar, a livraria também funcionava como centro de estoque das altas tiragens preparadas para um longo futuro. Com o fechamento, todos os livros precisaram ser transferidos para um storage particular, gerando custos mensais insustentáveis.

Entre 2020 e 2021, campanhas de financiamento coletivo ajudaram a segurar as contas, mas o ritmo era de sobrevivência, não de crescimento.

Em 2022, a editora tomou decisões drásticas para cortar a sangria: encerrou contratos, liberou títulos e autores do catálogo e fechou sua loja virtual. A impossibilidade de manter o pagamento do storage culminou na maior perda material da história da empresa: a alienação jurídica de cem mil reais em obras — coletâneas e livros solo que se perderam.

Ao longo daquele ano, a Lendari mergulhou no silêncio. Sem novos projetos, sem postagens, restava apenas a energia de cumprir financiamentos coletivos atrasados. Era o ponto mais sombrio de sua história.

Leia também: Lendari, uma breve história – Parte 1

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